25 de novembro de 2012

Parábola do samurai


Um samurai grande e forte, de índole violenta, foi procurar um monge pequenino.
- Monge, ensina-me sobre o Céu e o Inferno! - disse numa voz acostumada à obediência imediata.
O monge miudinho olhou para o terrível guerreiro e respondeu com o mais absoluto desprezo:
- Ensinar-te sobre o Céu e o Inferno? Não te poderia ensinar coisa alguma. Tu estás imundo. O teu cheiro é insuportável. A lâmina da tua espada está enferrujada. És uma vergonha, uma humilhação para a classe dos samurais. Desaparece da minha vista! Não consigo suportar a tua presença execrável.
O samurai enfureceu-se. Estremecendo de ódio, o sangue subiu-lhe ao rosto e ele mal conseguia balbuciar uma palavra de tanta raiva. Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça e preparou-se para decapitar o monge.
- Isto é o Inferno - disse o monge mansamente.
O samurai ficou pasmado. A compaixão e absoluta dedicação daquele pequeno homem, oferecendo a sua própria vida para lhe ensinar o que é o Inferno! O guerreiro foi lentamente baixando a espada, cheio de gratidão, subitamente pacificado.
- E isto é o Céu - completou o monge, com serenidade.

História zen budista


Foi por acaso que li esta história e não me passou despercebida. Identifico-me, em grande parte, com os ensinamentos desta filosofia de carácter espiritual. E, como não podia deixar de ser, há uma lição a retirar deste pequeno texto.


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