No dia 29 de Outubro de 2009, tive a oportunidade (maravilhosa) de desfrutar do evento "beyond kawaii - animação e pintura", promovido pela Embaixada do Japão em Portugal, em conjunto com a Universidade Politécnica de Tóquio. O motivo principal para a sua existência foi, tal como refere o nome e segundo o director do "beyond kawaii", Taku Furukawa, mostrar, em termos de arte, o que está para além da expressão kawaii (que significa querido, giro, bonito), tão banalizada, mesmo no Ocidente. Para isso, através de uma aplicação peculiar dos conhecimentos, surge o expressar de emoções e sentimentos como forma de comunicação.
Este evento passou pelas cidades de Coimbra, Porto e Lisboa. Na capital, onde pude assistir, teve lugar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Cinco jovens japoneses, com um futuro promissor na área da animação 2D ou 3D, deram a conhecer os seus trabalhos de final de curso, acompanhando a exposição com um comentário relativamente à peça de arte. Foram eles:
- Tomoyoshi Joko, com "Lizard Planet";
- Wataru Uekusa, com "Mukogaoka Chisato Was Only Gazing";
- Toshiki Nonaka, com "Socket";
- Amica Kubo, com "Bloomed Words";
- Hiroco Ichinose, com "Ushi-nichi".
Foi com um enorme prazer que apreciei cada obra de arte. Gostei particularmente do trabalho de Amica Kubo, pois a ideia-base do projecto estava incrível: extrair de uma conversa casual entre três amigos dois minutos e, a partir daí, fazer uma animação, em que havia um diálogo, surgindo dos personagens imagens que lhe estavam relacionadas.
Além disso, confesso que foi emocionante a fugaz interacção com estes jovens, que se fizeram acompanhar por uma intérprete (uma profissão que não me importava de ter) porque falavam japonês e não percebiam português. Muito mais do que emocionante: foi mesmo uma honra. Vestiam-se de uma forma peculiar e tinham jeitos e expressões faciais muito próprios, mas era isso que fazia deles kawaii (sim, eles também o eram). Achei piada ao facto de dois dos jovens terem dito, com um grande sorriso, que tinham comido sardinhas.
No final, não só havia postais para trazer (felizmente, consegui um de cada, afinal, eram limitados), como também Wataru Uekusa, o único mangaka e o responsável pela imagem do folheto, se ofereceu para mostrar manga da sua autoria. Fiquei triste comigo mesma por não ter tido coragem/lata para lhe pedir.
Podem ampliar os postais para ver os sites dos autores.
A ida ao evento também valeu pela companhia (o meu amigo Miguel, que já não via há tanto tempo, e a minha amiga Cláudia, sempre pronta para qualquer aventura) e por uma informação preciosa: como, em 2010, fez 150 anos em que foi assinado o Tratado de Amizade entre Portugal e o Japão, foi garantida a organização de muitas actividades para celebrar.
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