25 de novembro de 2012

Katekyo Hitman Reborn!


Género(s): Acção, Comédia, Máfia, Shounen

Número de episódios: 203

Ano: de 07/10/2006 a 25/09/2010

Classificação pessoal: 7/10


Este anime chamou-me logo à atenção e a curiosidade levou-me a pesquisar por imagens sobre a série. Na verdade, vi nelas uma certa semelhança com o estilo de desenho de Shaman King, que me atraiu pelas mesmas razões, e da qual gostei bastante. Apesar de ter um início vagaroso e, de certo modo, enfadonho, quando a verdadeira história começa, pode dizer-se que o nível de emoção está perto do de Naruto ou Bleach. Além disso, trata de uma temática que era nova para mim no mundo dos anime: a Máfia.

Tsunayoshi Sawada, ou Tsuna, é um miúdo que não tem jeito para nada e atrai todo e qualquer tipo de azar. Não é à toa que ele é conhecido por dame-Tsuna, sendo dame a palavra que melhor expressa a negação em japonês. Certo dia, Tsuna é surpreendido por Reborn, um tutor BEBÉ que quer fazer dele o sucessor da família Vongola, da MÁFIA italiana. Missão aparentemente impossível e que Tsuna, inicialmente, nem leva muito à sério. No entanto, à medida que o tempo vai passando e graças às instruções de Reborn, o rapaz vai evoluindo e, com a ajuda de colegas da escola e de membros de outras famílias, acaba por se tornar corajoso, forte e determinado. Alguns desses companheiros acabam por integrar os Vongola, passando a fazer parte da Família que Tsuna quer e deve proteger.




Numa primeira fase da série, depois de derrotarem o gangue de Kokuyo, um grupo de criminosos que atentavam contra a Máfia, Tsuna e o grupo são obrigados a enfrentar os Varia, uma elite independente dos Vongola, composta por assassinos notáveis. O líder dessa equipa, Xanxus, ambiciona ser o décimo boss da família, objectivo que ele vê usurpado por Tsuna. Nessa luta de duelos, está em jogo um tesouro: os sete anéis Vongola, que evocam poderes de diferentes elementos da natureza.




Passado este desafio, acontece algo inesperado: os mafiosos são transportados para um futuro alternativo (a diferença de tempo é de, aproximadamente, dez anos), no qual a família Vongola e os seus companheiros são perseguidos pelos Millefiore, uma família possante, com meios para dominar o mundo, liderada por Byakuran.

Espero que este resumo vos faça querer ver Katekyo Hitman Reborn!, que é, de facto, um anime muito interessante. A esta série não falta humor, e mesmo tendo piadas repetitivas, estas são inteligentes e propositadas. A banda sonora também é muito boa (tem músicas que nos lembram a Máfia por causa do som do trompete, e uma ou outra sugerem Dragon Ball Z ou o jogo Persona 3) e as batalhas são rápidas e fascinantes, como em Bleach. Até há mais três parecenças com este anime: a utilização de um idioma estrangeiro para denominar os personagens e os espaços (o que, neste caso, faz todo o sentido), a originalidade dos personagens e a fisionomia dos dois vilões da família Millefiore com dois de Bleach. Fica aqui a comparação:



Katekyo Hitman Reborn!



Bleach


Só uma nota: foi realmente divertido quando me deparei com o nome Cappuccino num personagem.

Ana


Existe uma música na banda sonora de um anime que adorei (Clannad) que se chama Ana! Não podia deixar de a partilhar por este motivo, mas também porque a música é muito bonita, profunda e emocionante. Fala da preciosidade de um lugar que, apesar da mudança a que inevitavelmente está sujeito, não deixa de ser o lugar. Podem ouvi-la aqui e acompanhar a letra:


Ana


The place changes and goes. Like a wind, like clouds.
Like the traces of the heart, no halt at the place.

The place is so far away. Be far apart.
People's hand does not reach, so merely has the worship.

The place is a lofty lord. Can't meet nobody put on.
We will lose the place so lofty which changes.

Not all were desired. However, we're never sad.
Still, there is still the place. Far away. far away.

The wind blows through the place. An endless, with all.
Like the ripple float on the water, it blows as it goes.

The place is not make at all. Nothing is shown.
Like the sand clasped by hand, it falls vainly.

The place is a profound lord and wear the vain faint light.
But we will find it in the place, the hut at which it stands still.

If not concerned with all, it will maintain that "no dye".
Therefore, there is still the hut. It's lonely, solitary.

No halt at the wind and soars to the sky.
Like the verdure meets with sunrise, it grows up as reborn.

The hut has held new one that's different from all.
Like the sand castle of the children, but realized with the mind.

The person is a vain statue where taciturnity calm.
Still, we will know a huge flow. It is stopped by nobody.

Soon, the wind where is the snow cloud will be dyed to snow-white.
Summer grass will incline. No sunlight, feebly shade.

The place buried in deep snow, like the collapsing castle.
Like the head of the shade figure, will be thrown away.

The hut buried in deep snow, it sinks in to the flood.
And the "not dyeing" is dyed out and waits for a oppose one.

Even if all are healed, be gonna no return.
There is still the place. Far away, far away.

The place changes and goes. Like a wind, like clouds.
Like the traces of the heart, no halt at the place.

The place is a lofty lord. Can't meet nobody put on.
Still, there is still the place. Far away, far away.





Julgo que há pequenas falhas a nível sintáctico mas isso, por vezes, acontece nas músicas cantadas em inglês por japoneses.

Parábola do samurai


Um samurai grande e forte, de índole violenta, foi procurar um monge pequenino.
- Monge, ensina-me sobre o Céu e o Inferno! - disse numa voz acostumada à obediência imediata.
O monge miudinho olhou para o terrível guerreiro e respondeu com o mais absoluto desprezo:
- Ensinar-te sobre o Céu e o Inferno? Não te poderia ensinar coisa alguma. Tu estás imundo. O teu cheiro é insuportável. A lâmina da tua espada está enferrujada. És uma vergonha, uma humilhação para a classe dos samurais. Desaparece da minha vista! Não consigo suportar a tua presença execrável.
O samurai enfureceu-se. Estremecendo de ódio, o sangue subiu-lhe ao rosto e ele mal conseguia balbuciar uma palavra de tanta raiva. Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça e preparou-se para decapitar o monge.
- Isto é o Inferno - disse o monge mansamente.
O samurai ficou pasmado. A compaixão e absoluta dedicação daquele pequeno homem, oferecendo a sua própria vida para lhe ensinar o que é o Inferno! O guerreiro foi lentamente baixando a espada, cheio de gratidão, subitamente pacificado.
- E isto é o Céu - completou o monge, com serenidade.

História zen budista


Foi por acaso que li esta história e não me passou despercebida. Identifico-me, em grande parte, com os ensinamentos desta filosofia de carácter espiritual. E, como não podia deixar de ser, há uma lição a retirar deste pequeno texto.


Lisboa & Tóquio


Há três anos, aproveitei para dar uma espreitadela à exposição "MIRRORCITIES", que teve lugar no Museu do Oriente e a duração de um mês.

A ideia do projecto foi excelente: pôr lado a lado fotografias de duas cidades tão diferentes, que reflectissem o que entre elas fosse semelhante, antagónico ou peculiar, tendo como base um determinado tema. A escolha dessas mesmas cidades foi o que tornou este trabalho, na minha opinião, realmente interessante. Foram elas: Lisboa e Tóquio. As autoras do projecto referiram que de nenhuma das cidades se procurou obter um retrato fiel, ou realista, mas antes impressionista e particular, e isso está bem patente na reflexão fotográfica sobre o dia-a-dia destas cidades geograficamente tão distantes.



"Pétalas coloridas"



"Corvos"


"Casais"


"Miúdos da escola"


"Doces"


"Pão"


Para mim, valeu a pena uma horinha de uma tarde de sábado passada no Museu do Oriente com a minha irmã e os meus pais. É sempre agradável respirar cultura e alargar conhecimentos. E, porque fui lá, soube da existência do blogue mirrorcities, onde se pode saber mais sobre as autoras e ver todas as 150 fotografias (no Museu, estavam expostas, aproximadamente, trinta, mas em tamanho grande).

Tal como escrevi no caderno de opiniões, deixo aqui os meus parabéns pela iniciativa. Só tenho pena que algumas fotografias estejam desfocadas. No entanto, sei que não estou em posição de exigir ainda mais qualidade de um trabalho que surgiu de um projecto pessoal, cujo reconhecimento da parte do público fez com que ganhasse o mérito que tem hoje e ultrapassasse os limites da sua esfera de origem.

Espero que, no futuro, haja mais projectos que, tal como o "MIRRORCITIES", nos aproximem da cultura dos nossos amigos nipónicos.

5 de novembro de 2012

beyond kawaii


No dia 29 de Outubro de 2009, tive a oportunidade (maravilhosa) de desfrutar do evento "beyond kawaii - animação e pintura", promovido pela Embaixada do Japão em Portugal, em conjunto com a Universidade Politécnica de Tóquio. O motivo principal para a sua existência foi, tal como refere o nome e segundo o director do "beyond kawaii", Taku Furukawa, mostrar, em termos de arte, o que está para além da expressão kawaii (que significa queridogirobonito), tão banalizada, mesmo no Ocidente. Para isso, através de uma aplicação peculiar dos conhecimentos, surge o expressar de emoções e sentimentos como forma de comunicação.






Este evento passou pelas cidades de Coimbra, Porto e Lisboa. Na capital, onde pude assistir, teve lugar na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. Cinco jovens japoneses, com um futuro promissor na área da animação 2D ou 3D, deram a conhecer os seus trabalhos de final de curso, acompanhando a exposição com um comentário relativamente à peça de arte. Foram eles:

- Tomoyoshi Joko, com "Lizard Planet";
- Wataru Uekusa, com "Mukogaoka Chisato Was Only Gazing";
- Toshiki Nonaka, com "Socket";
- Amica Kubo, com "Bloomed Words";
- Hiroco Ichinose, com "Ushi-nichi".

Foi com um enorme prazer que apreciei cada obra de arte. Gostei particularmente do trabalho de Amica Kubo, pois a ideia-base do projecto estava incrível: extrair de uma conversa casual entre três amigos dois minutos e, a partir daí, fazer uma animação, em que havia um diálogo, surgindo dos personagens imagens que lhe estavam relacionadas.

Além disso, confesso que foi emocionante a fugaz interacção com estes jovens, que se fizeram acompanhar por uma intérprete (uma profissão que não me importava de ter) porque falavam japonês e não percebiam português. Muito mais do que emocionante: foi mesmo uma honra. Vestiam-se de uma forma peculiar e tinham jeitos e expressões faciais muito próprios, mas era isso que fazia deles kawaii (sim, eles também  o eram). Achei piada ao facto de dois dos jovens terem dito, com um grande sorriso, que tinham comido sardinhas.

No final, não só havia postais para trazer (felizmente, consegui um de cada, afinal, eram limitados), como também Wataru Uekusa, o único mangaka e o responsável pela imagem do folheto, se ofereceu para mostrar manga da sua autoria. Fiquei triste comigo mesma por não ter tido coragem/lata para lhe pedir.








Podem ampliar os postais para ver os sites dos autores.


A ida ao evento também valeu pela companhia (o meu amigo Miguel, que já não via há tanto tempo, e a minha amiga Cláudia, sempre pronta para qualquer aventura) e por uma informação preciosa: como, em 2010, fez 150 anos em que foi assinado o Tratado de Amizade entre Portugal e o Japão, foi garantida a organização de muitas actividades para celebrar.

Clannad


Género(s): Comédia, Drama, Seinen, Visual Novel

Número de episódios: 22

Ano: de 05/10/2007 a 21/03/2008

Classificação pessoal: 8/10


anime Clannad, que foi baseado num visual novel (jogo interactivo de ficção, cuja maior parte dos gráficos são estáticos, sendo a arte estilo anime) com o mesmo nome.

Nagisa Furukawa é uma rapariga tímida, desajeitada e insegura, que idolatra as mascotes Dango Daikazoku ("A Grande Família Dango"). Chumbou o ano, ao contrário dos seus amigos, e, por causa disso, está sozinha. Tomoya Okazaki, um aluno solitário, conhecido por ser delinquente e irresponsável (porque não se preocupa com os estudos e está sempre a chegar tarde), acaba por ter pena dela e aproxima-se para a ajudar. Inicialmente, desculpa-se ao dizer que ajudar Nagisa a formar um clube de teatro é uma maneira de passar o tempo, já que tem bastante, pois não está inscrito em nenhum clube cultural nem pratica desporto. Mas a verdade é que a relação de ambos torna-se, pouco a pouco, muito especial.




Os dois acabam por se aproximar de outras raparigas da escola: de Kyou e Ryou Fujibayashi, duas irmãs gémeas, que são o oposto uma da outra; do espírito de Fuko Ibuki, que faz tudo por tudo para que a irmã, Kouko Ibuki, não deixe de ser feliz por sua causa; de Tomoyo Sakagami, uma rapariga forte, que já tivera um comportamento desviante porque se envolvera em lutas violentas com gangues; de Kotomi Ichinose, uma amiga de infância que Tomoya já tinha esquecido, que tem uma inteligência inimaginável.

Youhei Sunohara, o melhor e único amigo de Tomoya, junta-se, também, a este grupo, no qual a amizade cresce cada vez mais, pois todos se ajudam mutuamente. É nesta amizade recíproca que a acção se baseia.

Gostei muito desta série. Apesar de ser um pouco repetitiva no início, rapidamente se torna emocionante. É um anime demasiado fofinho, mas a verdade é que uma série assim, de vez em quando, sabe muito bem.




Fica em falta o post sobre a continuação deste anime: Clannad After Story. Ainda é melhor do que a primeira série...