7 de junho de 2012

Tekkon Kinkreet


Género(s): Acção, Fantasia, MangaYakuza

Ano: 23/12/2006

Classificação pessoal: 7/10




A mostra de cinema japonês Nippon Koma, que decorreu entre os dias 3 e 8 de Dezembro de 2007, deu-me a oportunidade de conhecer o filme Tekkon Kinkreet, de Michael Arias, baseado na manga Tekkon Kinkreet (lançada com o nome Black and White nos E.U.A.), de Taiyou Matsumoto, e exibido nos cinemas de Tóquio em 2006.

A acção decorre em Takara Machi (Cidade do Tesouro), um lugar em que duas crianças de rua, orfãs, Kuro (Preto) e Shiro (Branco), conhecidos por Neko (Gatos), espalham o terror e promovem a violência, pois agem de modo a que a cidade não seja invadida por gangues nem indivíduos sedentos de poder, considerando-se, ambos, super-heróis e os protectores da cidade.

Kuro e Shiro são o oposto um do outro: o primeiro, o mais velho, tem uma personalidade que parece ter sido construída com base em todos defeitos da cidade: é rufião, destrutivo, corrupto, corajoso e duro para com ele mesmo mas, ao mesmo tempo, demonstra muito carinho por Shiro, fazendo tudo para o proteger; o segundo é infantil, amável, inocente, sofrendo constantemente por não gostar da cidade. Uma ferramenta que utiliza para fugir da realidade é a imaginação.

A pouco e pouco, problemas de maior importância começam a chegar à Takara Machi. Apesar dos polícias e os yakuza trabalharem juntos, estes têm estado ausentes. No entanto, um yakuza local regressa e promete apoderar-se da cidade, fazendo renascer o seu negócio falido. Contudo, uma ameaça ainda maior é inevitável: o Sr. Hebi (Cobra), cujo objectivo é deitar a cidade abaixo para construir um enorme parque de diversões. Ao constatar que a sua cidade (como Kuro se refere à Takara Machi) está em perigo, os dois rapazes fazem tudo para a salvar, enfrentando Hebi e os seus capangas.

A simbologia é uma característica marcante em Tekkon Kinkreet. Os nomes utilizados (cujo significados foram referidos) são prova disso. Considero fundamental aprofundar esta questão no que diz respeito aos protagonistas: a amizade entre Kuro e Shiro representa a batalha entre o bem e mal (não é por acaso que têm personalidades opostas). A escuridão domina Kuro e a luz faz parte da natureza de Shiro. Algo curioso que acontece no filme é que, quando, devido a certas circunstâncias, Kuro e Shiro são separados, o primeiro, sem a luz do amigo, acaba por ser tentado pelo seu demónio interior, sendo depois salvo por Shiro, pois sempre acreditou nele.

Além disso, a história chama a atenção para realidades que fazem parte do nosso dia-a-dia: a mudança, a maturidade, o conflito, a ligação das pessoas a um determinado lugar. Algo surpreendente é que, apesar de Kuro e Shiro sobressaírem ao longo da acção, todos os personagens foram profundamente pensados, ou seja, fora dado relevo ao seu background, o que faz com que o espectador assista e, consequentemente, viva realidades diversas.

Algo que comprova o prestígio deste filme é o prémio arrecadado de Melhor Filme de 2006 no Mainichi Film Awards.

Pessoalmente, gostei bastante do filme. Apesar de não me sentir muito atraída pelo character design, assim que comecei a entrar dentro da história, apercebi-me de que tinha feito a escolha certa ao ter pago dois euros na Culturgest.

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