27 de setembro de 2013

Um splash de emoções!



Nome original: Free!

Género(s): Bishounen, Desporto, Vida Escolar 

Número de episódios: 12

Ano: de 04/07/2013 a 26/09/2013

Classificação pessoal: 8/10


Este anime emergiu do sucesso explosivo de um anúncio da Kyoto Animation a um novo projecto, sobre o qual a especulação e a euforia dos fãs obrigaram à criação de uma serie de animação chamada Free!. A que se deveu o grande entusiasmo? Provavelmente à beleza e aos músculos dos meninos protagonistas que praticam natação.




Haruka Nanase, Makoto Tachibana, Nagisa Hazuki e Rin Matsuoka, enquanto crianças, para além de serem colegas na escola, frequentavam em conjunto o clube de natação. Aí se formaram laços de amizade e de camaradagem que nem a separação de Rin do grupo iria quebrar. Após a vitória num torneio interescolar, o rapaz, com o intuito de tornar real o sonho que o seu pai não fora capaz de concretizar, decidiu ir estudar e praticar o desporto numa escola na Austrália para que, um dia, fosse possível tornar-se campeão olímpico.

Contudo, passado algum tempo e contra todas as expectativas, Haruka reencontra-se com Rin. Este tinha regressado ao Japão e desafiou o companheiro no sentido de tornar claro quem seria o mais rápido a nadar uma piscina. Não satisfeito com a vitória, já que Haruka havia abandonado a natação, Rin não descansa até conseguir um desafio à sua altura.




Entretanto, a Haruka, Makoto e Nagisa, junta-se Rei Ryuugazaki e os quatro dão vida a um clube de natação na escola secundária de Iwatobi.

Depois de voltas e reviravoltas, isto é, de percebermos o motivo que levou Haruka a deixar de nadar competitivamente, conhecermos um pouco da relação de cada um com o meio aquático, sabermos a que se deve o regresso de Rin, entre outros pormenores, a história vai culminar num torneio regional, no qual a escola de Iwatobi e a Academia Samezuka vão defrontar-se num medley relay.

Nesta modalidade, participam equipas de quatro elementos, nas quais cada um nada num estilo diferente, de seguida e por esta ordem: de costas, bruços, mariposa e crawl. Outrora Rin havia nadado mariposa juntamente com os amigos e haviam-se singrado campeões. Desta vez, estando colocado noutra equipa, o desfecho ia ser diferente mas inesperado e, de certa forma, iriam ser vividas as mesmas emoções.




Eu fiquei positivamente impressionada com este anime, apesar de não ser muito adepta de séries sobre desporto e ainda menos de natação, pessoalmente. Gostei muito do último episódio porque me surpreendeu ao nível dos sentimentos expressados pelos personagens Haruka e Rin. Obviamente que o excelente trabalho dos seiyuu, nomeadamente do Mamoru Miyano (voz do Rin), fez toda a diferença. Aliás, o trabalho deste dobrador impressiona-me sempre (daí tê-lo referido no artigo sobre K)!

A animação, desde as cores até aos movimentos, que fluem harmoniosamente com a banda sonora, está cinco estrelas, ou não fosse Free! uma produção da Kyoto Animation. As músicas de fundo são verdadeiramente agradáveis, remetendo-nos, muitas vezes, para um ambiente tão relaxante, ao qual é difícil não associar a água como um elemento integrante.

Também dou pontuação máxima ao tema de encerramento. Mais uma vez, um grupo de seiyuu juntou-se e formou uma banda que, neste caso, são os STYLE FIVE. Para além da música ter ritmo e transmitir alegria, as imagens reflectem, só por si, um paradoxo interessante: num deserto, Haruka, Makoto, Nagisa e Rei procuram um oásis, que é onde Rin os espera.




Já que a série foi tão boa, por que motivo não lhe dar um 10/10? Apenas pelo facto de um ou outro episódio ter sido mais aborrecido e da história não ser uma grande obra de criatividade, o que não significa que não tenha sido bem trabalhada, porque foi, tendo sido essa a razão para este anime ter surpreendido um vasto público que, no início, não esperava muito dele.

Tudo indica que, no próximo Verão, haverá mais uma temporada de Free!. Com a condição de manter a qualidade da primeira, ou superá-la, estes meninos com nomes de menina são novamente muito bem-vindos!


9 de fevereiro de 2013

K série espectaKular!






Nome original: K

Género(s): Bishounen, Ecchi, Ficção Científica, Josei 

Número de episódios: 13

Ano: de 03/10/2012 a 28/12/2012

Classificação pessoal: 10/10


Mal vi os primeiros trailers e esta série atraiu-me de imediato devido à animação - aqueles movimentos de câmara dinâmicos! -, à beleza do design dos personagens, aos seiyuu que iriam dar-lhes voz e ao grupo que faria o tema de abertura, angela. Fiquei um pouco desapontada quando me apercebi que K iria ter um pouco de ecchi à mistura mas, felizmente, foi q.b.. 

Todo o enredo de K se desenrola num ambiente de tecnologia avançada e numa era de Reis. Cada um possui poderes únicos - materializados nas várias Espadas de Damocles -, que se distinguem pelo elemento da natureza pelo qual são regidos, pela cor que conferem à aura dos soberanos e pela categoria que lhes está associada.

Confesso que é difícil falar de um só protagonista porque, na minha opinião, vários personagens mereciam esse destaque. De qualquer modo, falemos do Yashiro Isana, um estudante um pouco cabeça no ar, amável e que não dispensa a companhia da sua gatinha branca, Neko.

Após a morte do Sétimo Rei Incolor, começa a circular um vídeo que mostra Yashiro a disparar sobre um membro do clã do Rei Vermelho, afirmando ser o novo Rei Incolor. Contudo, o miúdo revela não saber nada sobre a situação, o que não lhe basta para ser alvo de perseguição de várias frentes: do Rei Vermelho e do Azul, e respectivos clãs, e de um discípulo do Sétimo Rei Incolor, Kurou Yatogami. O que lhe vale é ter como companheira uma gatinha muito peculiar.

Sobre a história, mais do que isto é spoiler, principalmente porque K é o tipo de anime em que o suspense impera. Só lhe acrescento os adjectivos "interessante", "coerente" e "emocionante". Apesar de não ser muito original, conseguiu agarrar-me ao ponto de querer sempre saber mais sobre a trama.

A nível técnico, as minhas primeiras impressões não me enganaram. O trabalho de animação está espectacular, muito acima da média. Os movimentos de câmara, os ângulos de "filmagem" e a cor dos cenários e personagens proporcionam um ambiente único. 

A tudo isto, não podia faltar a banda sonora, que nos faz mergulhar numa narrativa urbana, em que mafiosos e justiceiros se defrontam (refiro-me à rivalidade e características distintas entre os clãs Vermelho e Azul, respectivamente). Na verdade, cada um tem o seu sentido de justiça e são eles que acabam por sobressair na história, começando pelo facto de um dos membros "azuis" ser agora "vermelho", passando pelo forte sentimento de camaradagem e respeito dentro dos clãs e acabando na amizade de longa data entre os dois Reis. Foi um propósito da equipa de produção de K ou foram os fãs que ditaram essa sentença?




Gosto do design dos personagens e do carisma dos mesmos. São tipos de personagem um pouco batidos mas cada um tem uma ou outra particularidade que lhes dá uma certa graça. Há algo que os distingue dos badasses, betinhos, pervertidas das outras séries.

Temos um grande elenco de seiyuu, dentro do qual destaco o Mamoru Miyano pela sua versatilidade e capacidade em dar aos personagens o seu cunho pessoal, tornando-os credíveis como seres humanos.

Embora deteste o tema de encerramento (quer dizer, amei a música do final de um dos episódios... por que é que esse é uma excepção e não é o oficial?!), adoro o de abertura, não só pelo excelente trabalho de edição como também pela música (achei piada ao facto de o grupo musical estar publicitado numa das cenas do último episódio).

K surpreendeu-me bastante pela positiva. Ao que parece, vem aí uma segunda temporada. Só podia ser assim porque ficaram aspectos importantes da história por desenvolver. Mal posso esperar pelo regresso destes meninos muito fixes.

9 de dezembro de 2012

A veia que eu desconhecia


Vou recordar para sempre o dia 1 de Dezembro de 2012. Não por já não termos este feriado no próximo ano mas porque foi a minha primeira experiência oficial como autora, neste caso, de haiku

Para quem não sabe, e citando a Prof. Leonilda Alfarrobinha, "um haiku é um pequeno poema constituído por dezassete sílabas distribuídas por três segmentos métricos de cinco, sete e cinco sílabas (...) É um dos mais notáveis géneros poéticos da literatura universal e, possivelmente, aquele que apresenta a forma de expressão mais breve e concisa".

Apesar da simplicidade na forma, um haiku é dotado de uma essência rica. Este poema "nasce de um acontecimento vivenciado, surge a partir de um momento concreto que se viveu e que impressionou os nossos sentidos e o nosso espírito". Nele, são visíveis determinadas qualidades: "a sensibilidade relativamente à natureza, a delicadeza e o respeito por tudo o que é frágil, o despojamento e a riqueza interior, a sobriedade e o requinte, a leveza proveniente da inconstância e da mudança presentes no mundo".

A iniciativa, intitulada "Haiku - 43 poemas a Lisboa", esteve a cargo da Câmara Municipal de Lisboa, através do Departamento de Acção Cultural, em conjunto com a Embaixada do Japão. Podia escrever-se tanto em português como em japonês, e os poemas seleccionados passariam a fazer parte de um pequeno livro distribuído à entrada do Teatro Turim, o local onde decorreu o evento.




Cada autor leria o seu poema seleccionado. Houve quem tivesse lido outros da sua autoria, falado da sua experiência como escritor, explicado o significado dos seus haiku, enfim. Tal como constatou a Carolina Vargas, a variedade de pessoas naquela sala foi, de facto, o mais interessante desta iniciativa. Quem mais me surpreendeu foi um homem de 85 anos. A tremelicar, subiu ao palco e declamou o seu poema escolhido e mais alguns. A descer, quase caiu. Era de Letras, e só há pouco tempo se tinha deparado com um género de poesia que lhe era desconhecido. Uma pessoa de idade com uma mente aberta. Um exemplo.

Eu arrisquei com um grupo de cinco poemas, dentro dos quais um estava escrito com caracteres. Não vou colocá-lo aqui por o considerar fraco mas apresento-vos os outros:

Sete colinas
Cidade protegida
Pela oração

Casa de fados
Cantam-se os anseios
Há liberdade

Crise! Contudo
Joga-se à macaca 
Nesta calçada

Tu abraças-me
De barco ou a sonhar
Amo-te, Tejo




Foi o último da lista que integrou a compilação, e qual foi o meu espanto quando, à chegada, recebi uma folha quadrada que era nada mais nada menos do que a folha do livro com o meu poema ampliada. Escusado será dizer que, a esta hora, a dita cuja já está emoldurada na parede.

Como lembrança, também foi entregue a cada participante um poster da cidade de Kyoto coberta de neve, ou não estivesse a Embaixada do Japão envolvida nesta iniciativa literária. Muito obrigada ao povo nipónico por se mostrar sempre tão generoso neste tipo de eventos.

Estou bastante feliz, orgulhosa e agradecida por ter marcado presença naquela manhã cultural. Sem o apoio e a companhia da minha mãe e da minha irmã, não teria sido tão maravilhoso, por isso, obrigada. E também gostei imenso de ter encontrado a Carolina, cujo haiku foi altamente apreciado. Aproveito para informar que, sobre o mesmo assunto, podem ler a mensagem dela aqui.

Que para o ano haja mais iniciativas que nos encham o espírito e nos coloquem em comunhão com outros povos e outras culturas, é um dos meus desejos para 2013.

25 de novembro de 2012

Katekyo Hitman Reborn!


Género(s): Acção, Comédia, Máfia, Shounen

Número de episódios: 203

Ano: de 07/10/2006 a 25/09/2010

Classificação pessoal: 7/10


Este anime chamou-me logo à atenção e a curiosidade levou-me a pesquisar por imagens sobre a série. Na verdade, vi nelas uma certa semelhança com o estilo de desenho de Shaman King, que me atraiu pelas mesmas razões, e da qual gostei bastante. Apesar de ter um início vagaroso e, de certo modo, enfadonho, quando a verdadeira história começa, pode dizer-se que o nível de emoção está perto do de Naruto ou Bleach. Além disso, trata de uma temática que era nova para mim no mundo dos anime: a Máfia.

Tsunayoshi Sawada, ou Tsuna, é um miúdo que não tem jeito para nada e atrai todo e qualquer tipo de azar. Não é à toa que ele é conhecido por dame-Tsuna, sendo dame a palavra que melhor expressa a negação em japonês. Certo dia, Tsuna é surpreendido por Reborn, um tutor BEBÉ que quer fazer dele o sucessor da família Vongola, da MÁFIA italiana. Missão aparentemente impossível e que Tsuna, inicialmente, nem leva muito à sério. No entanto, à medida que o tempo vai passando e graças às instruções de Reborn, o rapaz vai evoluindo e, com a ajuda de colegas da escola e de membros de outras famílias, acaba por se tornar corajoso, forte e determinado. Alguns desses companheiros acabam por integrar os Vongola, passando a fazer parte da Família que Tsuna quer e deve proteger.




Numa primeira fase da série, depois de derrotarem o gangue de Kokuyo, um grupo de criminosos que atentavam contra a Máfia, Tsuna e o grupo são obrigados a enfrentar os Varia, uma elite independente dos Vongola, composta por assassinos notáveis. O líder dessa equipa, Xanxus, ambiciona ser o décimo boss da família, objectivo que ele vê usurpado por Tsuna. Nessa luta de duelos, está em jogo um tesouro: os sete anéis Vongola, que evocam poderes de diferentes elementos da natureza.




Passado este desafio, acontece algo inesperado: os mafiosos são transportados para um futuro alternativo (a diferença de tempo é de, aproximadamente, dez anos), no qual a família Vongola e os seus companheiros são perseguidos pelos Millefiore, uma família possante, com meios para dominar o mundo, liderada por Byakuran.

Espero que este resumo vos faça querer ver Katekyo Hitman Reborn!, que é, de facto, um anime muito interessante. A esta série não falta humor, e mesmo tendo piadas repetitivas, estas são inteligentes e propositadas. A banda sonora também é muito boa (tem músicas que nos lembram a Máfia por causa do som do trompete, e uma ou outra sugerem Dragon Ball Z ou o jogo Persona 3) e as batalhas são rápidas e fascinantes, como em Bleach. Até há mais três parecenças com este anime: a utilização de um idioma estrangeiro para denominar os personagens e os espaços (o que, neste caso, faz todo o sentido), a originalidade dos personagens e a fisionomia dos dois vilões da família Millefiore com dois de Bleach. Fica aqui a comparação:



Katekyo Hitman Reborn!



Bleach


Só uma nota: foi realmente divertido quando me deparei com o nome Cappuccino num personagem.

Ana


Existe uma música na banda sonora de um anime que adorei (Clannad) que se chama Ana! Não podia deixar de a partilhar por este motivo, mas também porque a música é muito bonita, profunda e emocionante. Fala da preciosidade de um lugar que, apesar da mudança a que inevitavelmente está sujeito, não deixa de ser o lugar. Podem ouvi-la aqui e acompanhar a letra:


Ana


The place changes and goes. Like a wind, like clouds.
Like the traces of the heart, no halt at the place.

The place is so far away. Be far apart.
People's hand does not reach, so merely has the worship.

The place is a lofty lord. Can't meet nobody put on.
We will lose the place so lofty which changes.

Not all were desired. However, we're never sad.
Still, there is still the place. Far away. far away.

The wind blows through the place. An endless, with all.
Like the ripple float on the water, it blows as it goes.

The place is not make at all. Nothing is shown.
Like the sand clasped by hand, it falls vainly.

The place is a profound lord and wear the vain faint light.
But we will find it in the place, the hut at which it stands still.

If not concerned with all, it will maintain that "no dye".
Therefore, there is still the hut. It's lonely, solitary.

No halt at the wind and soars to the sky.
Like the verdure meets with sunrise, it grows up as reborn.

The hut has held new one that's different from all.
Like the sand castle of the children, but realized with the mind.

The person is a vain statue where taciturnity calm.
Still, we will know a huge flow. It is stopped by nobody.

Soon, the wind where is the snow cloud will be dyed to snow-white.
Summer grass will incline. No sunlight, feebly shade.

The place buried in deep snow, like the collapsing castle.
Like the head of the shade figure, will be thrown away.

The hut buried in deep snow, it sinks in to the flood.
And the "not dyeing" is dyed out and waits for a oppose one.

Even if all are healed, be gonna no return.
There is still the place. Far away, far away.

The place changes and goes. Like a wind, like clouds.
Like the traces of the heart, no halt at the place.

The place is a lofty lord. Can't meet nobody put on.
Still, there is still the place. Far away, far away.





Julgo que há pequenas falhas a nível sintáctico mas isso, por vezes, acontece nas músicas cantadas em inglês por japoneses.